sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Conto erótico gay: fantasia da viagem (parte III): enquanto isso, em casa...

"Seis meses se passaram depois que conheci Beto no congresso da empresa. Ele, de sul; eu, de Minas, não tínhamos muita oportunidade de nos vermos, apesar da amizade que havíamos desenvolvido e das punhetas deliciosas que eu vinha batendo pensando nele. Mas trocávamos e-mail, mensagens de whatsapp, marcações no Facebook, essas coisas. Nada de cunho abertamente gay, mas, de vez em quando, em mensagens privadas, ele me chamava de "gatão", ou "gostosão", ou "lindinho", como se fosse brincadeira, mas eu gostava daquilo. Retribuía. Uma vez pus uma foto de uma prova de natação de que participei, e ele comentou um "Hummmm...", com risadinha, para disfarçar. Às vezes, me marcava em foto dele nas provas dele, normalmente de corrida ou eventos de spinning, com as coxas musculosas à mostra. Eu sempre soltava um "Lindo!", ou "Ai, que homem!". Ele também respondia com risadinha, mas aquilo tinha outras intenções.

Principalmente, naqueles meses, nossa amizade se aprofundou. Falávamos de outros assuntos, percebíamos que gostávamos de músicas parecidas, dos mesmos filmes, que tínhamos vontades em comum. Falávamos muito de insatisfações nos nossos casamentos, de mulheres que não queria trepar, que sempre tinham desculpa, que deviam estar transado com outro, aquelas vadias kkkk, que devíamos fazer o mesmo, que olha lá que eu topo, hein, e assim por diante. Nas conversas mais sérias, foi ficando claro que éramos ambos cabeça aberta, que liberais e simpáticos em relação à causa LGBT e coisas assim. Não raro, falávamos algo na linha do "Se um dia eu tivesse uma experiência gay...", "Se um dia eu fosse dar...". Ele fazia uma coisas muito doidas, incomuns para homem, mas que eu gostava, como me ligar de vez em quando para dizer nada. "Oiê. Tudo bom? Fiquei com saudade!". Eu respondia que tinha gostado de ouvir a voz dele, e gostava mesmo, com aquele sotaque do sul delicioso. Ficávamos, às vezes, alguns segundos em silêncio. Quando eu desligava, quase sempre ia para o banheiro bater uma punheta com o dedo no cu, soltando um cuspinho no mamilo, gemendo baixinho para mim mesmo e falando aquelas coisas que eu achava que ia gostar de ouvir, como "Quer que te come, quer?", "Por que você não me dá esse cuzinho?", e eu respondia, brincando comigo mesmo... "Não sei... Por que você não se esforça mais?", "Quer vim, quer?". Até gozar bem gostoso...

Imaginava a sensação de um pau duro na minha mão, de uma língua de homem em meu mamilo, de um outro dedo explorando meu cuzinho, de nós nos abraçando e dos paus roçando, duros e melados, um no outro. Pensava nos beijos e nas línguas se enrolando, no braço forte de um macho me apertando e na face áspera raspando no meu rosto e no meu pescoço. Pensava nele me pegando por trás, me beijando a orelha e o pescoço, o pau duro roçando na minha bunda, enquanto ele me acariciava os mamilos com os dedos. Imaginava meus lábios umedecidos agasalhando a cabecinha melada do pau dele, enquanto eu acariciava as bolas dele de levinho, e ele ia gemendo, falando que estava gostoso, que eu era uma putinha muito gostosa e que ele ia querer me comer todinho... Pensava na pulsação do caralho dele na hora da porra sair, e eu ganhando aquele jorro branco e viscoso, cada vez em uma parte diferente do corpo.

Assim iam os dias. Enquanto isso, meu casamento degringolava. Eu sentia que minha esposa não estava afim. Raramente me dava algum tipo de atenção. Nunca demonstrava tesão. Tudo que eu fazia era insuficiente. Tudo que eu gostava era chato e incômodo. Comecei a achar que ela tinha um interesse por coisas de rico, como carrões e viagens. Eu me sentia muito diminuído por aquilo e sentia uma antipatia enorme. Ela não tinha o menor interesse por nada que eu fazia. transávamos mecanicamente uma vez por semana ou a cada dez dias, mas nunca era maravilhoso. Às vezes dava um alívio, mas nunca a ponto de eu não querer, algumas horas depois ou no dia seguinte, bater uma punheta gay. Logo tudo voltava ao marasmo. Alguns dias eu chegava a ter uma antipatia dela, uma raiva. Queria ficar sem ser casado pelo menos um dia, para sair na rua e dar a bunda. Eu fazia de tudo, mas, em justiça dela, não sei se aquilo era tudo indiferença dela, ou se era eu mesmo que estava em busca de desculpas para meus desejos proibidos. Tentava me perdoar, pensando que ela mesma com certeza haveria de ter os desejos dela.

Pouco a pouco, esse tipo de assunto foi entrando nas minhas conversas com o Beto, que também partilhava as aflições semelhantes, que ele sentia do lado de lá. Não era um caminho ladeira abaixo. Havia muitas hesitações, muitos dias em que, depois de ir à missa, ver um filme ou coisa assim, eu voltava para casa animado, disposto a um recomeço. Depois de gozar e o tesão acalmar, eu pensava que era uma viagem aquela história de gay, de trepar com homem, que aquilo era só fantasia. Beto, vê se pode. Olhava homens na rua e não sentia atração. Continuava olhando mesmo é para os peitos, pernas e bundas das moças na rua. Mas, quando eu chegava em casa, cheio de amor, era sempre uma decepção. Eu ia constatando, mesmo não querendo admitir, que a coisa estava ruim mesmo. Não sabia o que era viadagem, o que era só casamento dando errado. Ficava confuso, sentia muita culpa. Não sabia o que fazer, nem tinha com quem conversar.

O Beto ouvia, mas não nessa profundidade. Das partes mais polêmicas, dos desejos gay e tudo mais, eu não falava com ele. Só mencionava às vezes a frustração sexual. "Você merece coisa melhor, sabia, gatinho...". Ele dizia, usando outro apelido carinhoso que de vez em quando ele sacava para me provocar. "Você é legal, você é bonito. Sua mulher que fica dando de boba aí para ver... Eu mesmo sou capaz de me candidatar", e ria. Eu respondia "Pois é, garanhão... Qualquer hora que a gente se encontrar a gente vai colocar isso aí à prova!".

Eu adorava ouvir essas coisas. Nas horas de tesão, elas alimentavam minhas punhetas, e em muitos momentos eu tinha a sensação de que cometer uma traição, ter uma experiência gay, não era algo nem tão distante, nem tão proibido, nem tão difícil assim. Mas parecia só impressão."




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