sexta-feira, 27 de julho de 2018

Conto erótico gay: fantasia da viagem (parte I)

"A cada dia aquele desejo crescia em mim. Era estar sozinho, e eu colocava meu pé no mundo gay, como a experimentar as águas de um grande e sedutor lago. Bastava a esposa sair mais cedo, chegar mais tarde, e eu acessava as salas de bate-papo, os sites de vídeos... As imagens eram deliciosas... A simples visão daqueles caralhos grossos e duros como pedra me deixava a cueca toda melada, e eu procurava os vídeos em que o passivo se entregasse com mais paixão, gemendo, rebolando, pedindo mais. Nos chats, o papo bom era raro, mas, quando acontecia, era delirante... A simples ideia de um macho do outro lado do teclado me deixava literalmente com água na boca. A ideia de alguém me querendo, me desejando, me seduzindo, me possuindo, tudo aquilo me fazia pensar se eu teria, um dia, coragem de realizar aquelas fantasias.

Eu era bem casado. Amava minha esposa, mesmo com os desgastes do dia a dia. Mas aqueles eram desejos que ela simplesmente nunca poderia realizar. Ademais... Eu não queria partilhar isso com ela. Não. Desejo gay, para mim, não tinha nada a ver com aquele meu lado que ela conhecia na cama. Eu queria me soltar de outras formas, me entregar. De certa forma, percebia que era uma bichinha dentro de mim que eu queria ouvir; não uma bichinha que tem tanta cumplicidade com a própria esposa, mas uma que quer se entregar a um macho, gemer, delirar, gritar, implorar baixinho pela rola dura de seu homem. Mas como fazer isso sem cruzar o laço sagrado da fidelidade, da confiança? Mesmo que eu decidisse, conseguiria depois voltar para casa e deixar tudo como estava? Olhar para ela? Olhar meus filhos? O que eles diriam se soubessem que o homem da casa estava lá, dando o cuzinho.. e adorando? Não... Eu não teria coragem... Teria que ser algo muito especial...

Durante muito tempo me consolei nas horas roubadas com os vídeos e os eventuais chats... Batia muita punheta pensando em homem, pensando em dedos enfiados no meu cu, e muitas vezes enfiando os meus próprios, enquanto me punhetava deliciosamente, sussurrando, quando a casa estava vazia, para um homem imaginário, a quem eu pedia "Me fode, vem... Meu gostoso"... E ele me dizia, baixinho, no ouvido: "Quer que e te coma, é?", e eu só responderia "Quero... Quero sim...".

Quando a porra vinha, vinha farta, gostosa, espirrando sobre minha barriga, e eu espalhava depois sobre meu peito, às vezes limpando os dedos melados na boca e imaginando como devia ser gostoso sentir na mão a rola de outro homem gozando, e sentir em cima de mim a porra de outro homem me melando, e na minha boca o gosto de um outro macho se deliciando...


terça-feira, 24 de julho de 2018

A bichinha de férias

Estou reparando que estou ficando cada vez mais gayzinho quando estou de férias... A patroa sai para trabalhar e eu fico só alimentando as fantasias, curtindo uns vídeos, imaginando... Tem hora que dá vontade de sair à rua e achar uma rola gostosa para experimentar... Acho que eu nunca mais ia conseguir ficar sem...

Mas agora estou correndo riso... Gostinho do perigo. Ela está ali no quarto ao lado, sem nem imaginar que o maridinho está aqui, doidinho para dar o rabo...


sábado, 21 de julho de 2018

Banho de mar: uma vez que poderia ter acontecido

Não é dizer também que nunca dei pelo menos alguns passos nessa direção...

Certa vez, eu ainda bem adolescente, fui passar férias na praia e conheci um cara. Eu esperava minha família no saguão do hotel, e o cara chegou puxando papo. Ele era bem mais velho. Devia ter, calculo, quase trinta já. Eu, fora da margem da legalidade... Ele chegou elogiando a camiseta que eu estava usando, com estampa de uma banda de rock. Era carioca e queria saber do carnaval da minha cidade. Eu falei para ele que na minha cidade não tinha muito disso, que talvez ele tivesse que ir a algum clube e tal. Ele bateu papo por algum tempo, perguntou se eu ia à praia, se de repente a gente podia se encontrar. Não pus a menor maldade. Quer dizer, achei meio estranho por causa da diferença de idade, mas falei que sim, claro, a gente combinava.

Eis que, no dia seguinte, o cara simplesmente aparece de novo, na frente da minha família toda, sem camisa, o peito todo peludo, uma prancha de surfe debaixo do braço, me perguntando se eu topava ir para a praia com ele. Todo mundo trocou um olhar, e foi só aí que me dei conta de que aquilo estava meio fora da norma. Só não entendo até hoje é porque o cara deu essa pala.

Minha mãe me alertou, sem tocar no assunto diretamente, me instruiu a ficar longe dele, a não dar papo. Coitada. Estava morrendo de medo de eu ser arrombado e acabar gostando. Mas fui obediente e passei a fugir do sujeito.

Até que um dia ele me encontrou na rua. Estava com um amigo. Veio, cumprimentou. Disse que me minha mãe o havia procurado e meio que o ameaçado. Que ele tinha ficado chateado, mas que não ligava para isso não, que idade era o de menos, que para ele o que importava era a "mente". Sei. Nunca mais o vi.

Mas ao longo dos anos, claro, muitas vezes pensei no que poderia ter acontecido se aquele homem tivesse me seduzido. É claro que com meu olhar de homem maduro hoje vejo toda a problemática da situação, mas com meu olhar de gay que nunca teve a sorte de sentir um caralho gosto dentro do rabo fico pensando em como minha vida poderia ter sido diferente e eu, quem sabe, mais realizado sexualmente, se tivesse tido a oportunidade de experimentar.

Fico também pensando em como eu, jovenzinho, devia ser gostoso a ponto de atrair os olhares e o atrevimento de um macho, algo que hoje, embora eu continue gostosinho, viu, eu certamente não deixaria passar, se acontecesse. Mas, sei lá. Talvez os caras simplesmente pensem mais vezes antes de se aproximar tão ostensivamente de um homem adulto e tão convincente no seu papel de hetero.

Anos depois, em uma sala de bate papo, conversei com um cara do Rio, que me dizia que ia o posto não sei qual número, e que lá era o lugar para encontrar gays. Ele me falou que ficava cruzando o pau com outros caras, que isso era gostoso... Achei um tesão aquela conversa... Até hoje toda vez que vou ao Rio fico tentando imaginar que ponto da praia seria aquele, e o que eu teria que fazer para passar por isso... Fico pensando no meu carioca da praia, e se ele ainda se lembraria e se interessaria por mim... "Você cresceu... Está bonito... Ainda podemos tomar aquele banho de mar..."


sexta-feira, 20 de julho de 2018

Dois anos e meio de blog!

Puxa, o tempo voa mesmo!

Estou vendo aqui que meu blog já tem dois anos! Nossa... Eu estou uma bichinha muito enrustida mesmo! Nesse tempo já dava para ter resolvido de alguma forma essa situação, rs...

Mas não: continuo casado e o que é mais incrível: para todos os efeitos, bem casado! Aos olhos do mundo, casal ideal! Mal desconfiam as pessoas o turbilhão de desejos secretos que trago comigo. Também, não é da conta delas. Nem é necessariamente incompatível com ser bem casado. Mas fato é que continuo desejando sexo com homem, desejando ser tomado por um macho e vivendo a experiência de sentir um pau, em todas aquelas partes que gosto de falar: na mão, na boca, no peito, entre as pernas, me comendo bem gostoso...

Continuo casado, fiel, sem nunca ter provado homem. Nada. Minha traição vai no máximo ao videozinho pornô, a uma eventual e cada vez mais frustrante entrada em sala de bate-papo, e uma eventual correspondência. Pelo menos isso ganhou nome: microtraição. Tenho lido a respeito na imprensa. Continua tendo o sabor do proibido: ai de mim se minha esposa desconfiasse de qualquer uma dessas coisas.

Mas é interessante como as fantasias vão se ajustando... O blog pretendia ser um desafogo a tudo isso, mas também um lugar de partilha. Na minha cabeça, o mundo estava cheio de caras como eu, ou seja, casados, bem resolvidos com sua sexualidade e tudo mais, mas presos à ideia da fidelidade, do casamento e tal. Eu achava que um monte de caras enrustidos como eu iam passar por aqui, mandar um e-mail, partilhar uma fantasia. Que, sei lá, a gente ia bater umas meio que por e-mail, quem sabe. Sabe-se lá onde isso dar. Mas pelo menos contar um para o outro umas fantasias, falar dos desejos. Não sei. Não rolou. Em termos de público, e contato o blog é um fracasso.

Acho que a maior parte dos caras casados na minha idade já chutaram o balde: estão pulando a cerca há muito tempo. Dando por aí, felizes da vida, e eu é que estou aqui na vontade.

Acho que o gay ativo é raridade. As pessoas estão mesmo é a fim de dar a bunda. Eu achava que teria um monte de sujeito por aí naquela do "Ai, meu Deus... Casadinho, virgenzinho... Vou querer meter nesse cara... Tenho mó tesão em comer cara casado". Mas parece que não.

Acho também que, nessa idade, ninguém está mais com paciência e tesão para esse momento de descoberta, de ruptura, de vivenciar a saída do armário... Quem era para ser gay já está nessa há muito tempo. Eles não tem mais paciência para seduzir o enrustidinho. Isso é uma das coisas que mais me chateiam, porque me dá uma sensação de que se um dia eu fosse mesmo colocar um chifre boiola na minha esposa, a experiência ia acabar sendo incompleta.

Enfim, acho que meu destino é esse mesmo: ser esse gay meio outsider, lidando aqui na minha toca com minhas próprias fantasias e vontades. A essa altura da vida, a idade começa a ser uma preocupação. Eu tenho quarenta e poucos... Até quando serei mesmo viril, bonito, desejável? Será que existe um limite para essa fantasia?

Acho que isso tudo só o tempo dirá. E já sabe... Tendo vontade, afinidade... Aparece...

Beijos!