sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Conto erótico gay: fantasia da viagem (parte II)

"Aconteceu que tive uma afinidade imediata com o Beto. Nos encontramos em um congresso da empresa, no Rio, com profissionais de várias cidades e demos certo de cara. Ficamos no mesmo grupo de trabalho, e o papo fluiu como se tivéssemos sido amigos desde anos, apesar de ele ser mais de dez anos mais novo do que. Aos vinte e sete anos, já era casado. Tinha pele clara e cabelo escuro, arrepiadinho. Usava uma camisa polo, com a manga apertadinha nos braços e uma voltinha que o peitoral deixava ali perto das axilas. Era alegre, esperto, divertido, papo gostoso, estudado, demos certo de cara. No final da jornada, já éramos amigos. Parece rápido, mas, nesses eventos assim, a gente passa muito tempo perto, conversa demais e acaba desenvolvendo amizade rápido. Nossa afinidade profissional e pessoal ficou evidente, mas foi só mais tarde que descobrimos que tínhamos (teríamos?), sim, afinidade sexual também...

No fim do dia, o pessoal saiu para aquele lanchão, naquele esquema de mesona em bar, e a gente não se assentou tão perto, mas trocamos alguns olhares entediados durante o programa. A galera foi saindo, o grupo foi ficando mais próximo, e no final acabou ficando só nós dois mesmo. A conversa desandou para a intimidade, como é comum acontecer quando nos assentamos com outros homens.

Ele deu a entender que o casamento não estava sendo fácil, que não era o que ele esperava, que a mulher era chata, implicante, etc. Eu respondi que tinha problemas assim também, que minha mulher criava caso com tudo, me depreciava, que às vezes era muito frustrante, e posso ter feito alguma brincadeirinha de cunho sexual, do tipo "E o esporte preferido do Brasil é cada vez mais raro... Uma vez por semana e olhe lá". Ele riu e se abriu também: "Cara! Nem me fala!". Contou que não trepava o quanto queria, que ainda bem que existiam os vídeos pornôs, que sonhava com coisas que a mulher nunca ia fazer... Até aí, não era nada diferente do que eu já havia conversado com outros amigos, mas, claro, estar sozinho, em um bar, falando de sexo, é porta aberta para muita coisa... Bastava um de nós ter aberto a portinha do assunto ali, e o que será que podia ter acontecido naquela noite? Mas não. Falamos desses frustrações, de nossos desejos, da vontade de viver paixões, emoções, tesões que, isso estava claro, nossos casamentos não nos davam. Eu não pus nenhum cunho gay nessas falas. Foi só quando fui ao banheiro que me dei conta de que minha cueca estava meladinha e que eu estivera mais ou menos excitado com aquele papo todo.

Voltamos a pé para o hotel, curtindo a paisagem noturna do Rio e de vez em quando comentando dos travestis e garotos de programa. Eu não me dava conta de que fazendo aquilo estávamos abrindo portas e nos abrindo um para o outro. Não era nada de mais. Coisas do tipo "Olha só... Aquele ali parou o carro para pegar o carinha...", "Gente do céu... Pegar um traveco na rua... Acho que eu nunca teria coragem", "Tem uns que são bonitos", etc. De vez em quando, para rirmos, fazíamos algum gesto como colocar a mão no ombro do outro, ou dar um soquinho no alto do braço. Nessas horas, eu sentia que ele estava em dia com a musculatura, bem firme.

Quando chegamos ao hotel, ficamos ali parados em frente ao elevador esperando que ele chegasse e tivemos uma surpresa.  Quando as portas se abriram, havia um jovem casal gay ali, dois rapazes de boné, piercing e camiseta cavada. O mais baixo estava atrás do maior, ligeiramente à esquerda dele, mas bem rentes, corpo com corpo. Na hora em que a porta se abriu, ele mordiscava o ombro do companheiro, que tinha os olhos fechados e olhos entreabertos. Pude perceber o de trás dando aquele esfregada meio de lado ali no da frente, e ficou claro o tesão que estava rolando ali. Minha boca se encheu de água e meu pau ficou duro na hora. Acho que todos ficamos meio constrangidos com a situação, mas disfarçamos. Eles saíram do elevador como se nada tivesse acontecido, e o Beto e eu entramos, em silêncio, em dúvida se fingíamos que não tínhamos visto nada ou se comentávamos. Hoje sei que o que se passava na cabeça de nós dois ali era a vontade de nos agarrarmos e nos beijarmos assim que as portas se fechassem.

Mas não. A porta se abriu no andar dele, e ele pareceu hesitar. "Então...". Trocamos olhares. Me passou sim pela cabeça que seria tão bom dar um beijo nele ali mesmo. Nós dois sozinhos, no hotel, sem esposa, sem gente olhando, sem nada. Aquele seria o crime perfeito. Mas tudo o mais falou mais alto... O medo de não ser correspondido, de criar um constrangimento, de chegar no dia seguinte e ficar climão, afinal ainda teríamos um dia e meio de trabalho ali, o fato de que afinal de contas, com toda a finidade, eu não sabia nada sobre ele, a fidelidade a minha esposa, tudo isso... Tudo em menos de meio segundo. E ele continuou, mas hoje vejo com clareza que tudo isso passou pela cabeça dele também... "Então tá bom. Amanhã a gente continua, né?", "Continua...", eu respondi, e essa foi a ousadia máxima que me permiti.

Fui para o meu quarto, tomei um banho e não me vesti. Deitado na cama, acessei o xvideos e procurei vídeos com o tema de colegas de trabalho... Eles pareciam mais gostosos do que antes... Pensava no Beto, naquela musculatura por baixo da camisa polo, nos braços firmes, no volume da calça... Lembrava dos toques amigáveis, das falas sobre os garotos de programa... Pensava em naquela hora mesmo ir à rua e convidar um deles... Via as imagens das gozadas, dos cus sendo comidos, das bocas entreabertas, dos beijos, buscava relatos de homens casados que haviam dado a bunda. Alguns falavam de delícias, outros falavam de arrependimentos... Meu pau ia ficando babado, aquele pelinho embaixo do umbigo meladinho... Eu espalhava aquilo pelo peito, pelos lábios, gemia para mim mesmo, imaginava um homem comigo, se esfregando, como o gayzinho no elevador, e eu com a mesma cara de prazer do outro, dizia baixinho, encenando para mim mesmo uma sarração "ai, que gostoso... seu gostoso... me fode, vai... vem... me come gostoso... me deixa chupar esse cacete gostoso..."... Fui ao banheiro e besuntei o dedo no sabonete, voltei para a cama, enfiei o dedo no cu e bati uma punheta muito gostosa, até me lambuzar todo de porra...

Não limpei, não fiz nada. Fiquei ali mesmo, meio ofegante, já naquele estado de êxtase e um pouco de peso na consciência que às vezes a gente fica depois que goza e o tesão passa... Fiquei ali, sem imaginar que, quem sabe, o Beto, no quarto dele, estaria fazendo a mesma coisa. Dormi.

E foi assim aquele dia. Tivemos ainda mais um dia e meio de congresso nessa levada, sem que nada mais bombástico acontecesse. Mas confirmamos nossa afinidade, nossa vontade de mantermos contato e de termos novas oportunidades de encontro, trabalhando, afinal, para a mesma empresa. Trocamos e-mails e telefones."




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