terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Primeiros movimentos gays

Nunca verdadeiramente estive perto de ter uma experiência gay.

Na infância tardia, tinha umas brincadeiras com um amigo, do tipo fazer xixi ao mesmo tempo na privada, mas tudo muito inocente, pelo menos da minha parte, e sem nenhuma conotação erótica.

Aos 11 anos, participei de uma sessão coletiva de punheta, no estilo "casa do amigo que tinha revista de mulher pelada", mas ninguém encostou em ninguém, e na época não vi nenhuma conotação gay nisso nem pensei nisso.

Na mesma época, um sujeito mais velho, durante as férias, puxou um papo. Não pensei em viadagem, pedofilia, nada disso, mas minha mãe viu o cara, pôs maldade e o colocou para correr. De vez em quando penso no que aquilo podia ter dado... Minha vida teria seguido outro rumo, quem sabe, se eu tivesse provado o fruto proibido no início da adolescência.

Depois segui a vida. Arranjei namoradinha e tudo mais. Vez ou outra me passava alguma ideia na cabeça, mas nunca coloquei em dúvida minha orientação hétero.

Ali pelos 15 ou 16 anos, assisti ao filme da Madonna, "Na cama com Madonna", em que ela dizia que "todo homem devia experimentar a língua de outro homem uma vez na vida". Aquilo mexeu comigo. Hoje, quando penso nisso, sinto um tesão, mas na época foi algo menos definido. Era mais um "será?", mais uma possibilidade, algo que eu não rejeitei e que me despertou uma sensação que depois fui percebendo que era curiosidade e vontade. Se eu tivesse tido como realizar, a experiência teria acontecido. Mas não aconteceu. Na minha adolescência, não havia gays declarados por perto. Até hoje não sei de nenhum colega meu que assumiu.

Mais tarde, eu devia ter uns 19, assisti a um filme chamado "O Padre", que tinha uma cena de enrabada sensacional. Eu tinha um namoro com muito sexo, mas muito problema também, e estava cheio de minhoca na cabeça (na cabeça, infelizmente; se fosse no rabo, aposto que estava mais feliz!) Aquela cena me deixou com o maior tesão! Até hoje penso nela sentindo uma delícia, querendo aquilo para mim. Ainda demorou para eu conseguir admitir, mas hoje posso dizer sem medo: quem me dera ser enrabado daquele jeito!

Os anos se passaram, e a vida continuou, sem que eu pensasse nisso com tanta frequência, mas com algumas fases de fantasias. Deve ter sido pouco depois, ali, talvez, pelos vinte e poucos, vinte e cinco, que comecei a me permitir, de vez em quando, a bater uma punheta pensado em homem. Eu pensava nas pernas roçando, nos paus se encostando, e morria de tesão, como ainda morro. Nessa época, já existia o chat do Uol, e de vez em quando eu entrava lá, só para ver.

Paralelamente, eu ia me envolvendo com namoro sério, casamento, família e tudo mais, e a possibilidade de concretizar uma fantasia gay foi ficando cada vez mais distante, exceto se eu passasse pelo caminho da infidelidade, que é algo que sempre rejeitei.

Com a melhoria dos serviços de banda larga, comecei a acessar sites pornôs, e, por incrível que pareça, foi só então que vi pela primeira e com mais liberdade cenas de sexo gay, com beijos, pegação e trepadas. Apesar de achar muitos vídeos ruins, quanto mais vejo, mais confirmo essa vontade dentro de mim.

Nos últimos anos, tenho deixado a vontade rolar. Estou quase cem por cento tranquilo em relação a essa sexualidade. Cresci em família conservadora e tudo mais, e acho que passei pelas dificuldades que toda pessoal bissexual deve passar até se assumir, mas agora sou assumido sem problema. Encaro esses desejos numa boa, como algo que faz parte de mim.

Bato muita punheta fantasiando com esses vídeos e volta e meia volto ao chat do Uol. Em raríssimas ocasiões em que achei um papo realmente provocante e bom, já bati uma punheta virtual com o parceiro. Claro que não é a mesma coisa, mas para mim é uma aventura e tanto. E as gozadas são deliciosas, embora depois eu costume ficar com vergonha e praticamente fugir do bate-papo. Por enquanto, ainda estou mais no bate-punheta do que no bate-papo, rs...

Aí você pode dizer: mas, cara, assim você vai enlouquecer, como já ouvi nesses chats. Eu digo que, na forma como vida é hoje, estou tranquilo. Tenho serenidade de perceber que isso está no campo da fantasia. Não gostaria de chifrar minha esposa, seja com homem ou com mulher. É uma opção de vida. Vejo a fantasia gay como uma fantasia qualquer, como quase todo mundo tem, tendo clareza de que provavelmente não vai realizar. É claro que, em uma situação muito especial, poderia até acontecer alguma coisa, mas são tantos "ses" para isso acontecer, que na prática é impossível.

Mas quem sabe um dia, né? Pelo menos uma conversa franca, cara a cara, sobre esses desejos.

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